domingo, 29 de setembro de 2024

Desabafo a Gonçalves dias em tempos de queimadas criminosas

 Desabafo a Gonçalves Dias em tempos de queimadas criminosas


Minha terra tem palmeiras

Onde sofre o sabiá

As aves que estão com ele

Já não têm onde pousar


Nosso céu tem mais fumaça

Nossas várzeas menos água

Nossos bosques têm mais fogo

Nossa vida tem mais mágoa


Em cismar, sozinha, à noite

Me preocupa o que virá

As palmeiras da minha terra

Estão ardendo sem parar


Minha terra tem senhores

Que se acham imortais

Eles cismam que são donos

De florestas e animais

Incendeiam minha terra

Pra ter pasto e ganhar mais


Não permita Deus que eu morra

Sem que eu veja estes chacais

Sendo presos e pagando

Por seus crimes abissais

Sem que eu veja o Bem-Viver

Já aqui, sem tardar mais...


(Ir. Carla )

Disponível em https://www.instagram.com/olindaguedes/reel/C_3-KkhRmr9/?hl=nb 


  1. A poesia faz referência ao poema clássico "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias. Quais elementos do texto original são retomados e como são ressignificados pela autora?

  2. Quais problemas socioculturais e ambientais contemporâneos são abordados na poesia? Cite trechos que evidenciam essas críticas.



  1. O que o eu lírico expressa em relação ao futuro de sua terra? Analise os sentimentos e preocupações que emergem nos versos.

  2. Identifique e explique o uso de pelo menos duas figuras de linguagem presentes no poema e como elas contribuem para a construção da crítica ambiental.

  3. A última estrofe apresenta um tom de denúncia e desejo de justiça. Qual é o impacto dessa mudança de tom no desfecho do poema?

  4. No último verso, a autora menciona o conceito de "Bem-Viver". O que ele representa neste contexto e como ele se contrapõe à realidade descrita na poesia?

  5. Como as imagens de destruição da natureza (fumaça, fogo, falta de água) são associadas aos sentimentos de mágoa e preocupação do eu lírico?

  6. Afinal, qual é a responsabilidade coletiva e individual na preservação ambiental?

  7. Como a poesia reflete a crítica ao modelo de desenvolvimento baseado na destruição de florestas para lucro econômico? Explique.

  8. De que forma a autora subverte a idealização da terra presente no Romantismo e a transforma em uma crítica à degradação ambiental contemporânea?

  9. O poema original fala da saudade da pátria, enquanto o poema de Ir. Carla sugere uma espécie de "exílio emocional", uma separação da natureza e do bem-estar devido à destruição ambiental.  Como acontece esse “novo exílio”?

  10.  De que maneira a arte (poesia, música, literatura) pode ser uma ferramenta poderosa para o ativismo e a conscientização social e ambiental? Justifique.

  11. Qual é o papel do cidadão na luta contra crimes ambientais? Como podemos contribuir para mudanças reais?

  12. Justifique o título do texto e aproveite para sugerir outro.

  13. Busque ou desenhe uma imagem que possa fazer referência ao poema lido.

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