domingo, 29 de março de 2015

Decorando com corujas



Fiz essas corujas pensando encantar meus pequerruchos...
Agora vou mudar a decoração da porta, pois a páscoa está chegando...


Projeto maleta viajante...


Vi o projeto na Net e resolvi aderir...
As crianças levam para casa três livrinhos e os pais leem uma das histórias...
Na segunda trazem e compartilham... Mostrando o lindo desenho que fizeram do livro!

O monstro vai a escola


Confeccionei o monstrinho e estava difícil de grudar a cola, o recurso foi grampeá-lo...
Contei a história: O monstro vai a escola para os alunos do jardim...
Fizemos um mural com monstrinhos pintados por eles e colocamos as regras de convivência de nossa sala de aula.
Cada aluno leva o monstrinho e conta a história para seus pais, ficando encarregado de fazer um de sucata e trazer para a escola...

Palitoches- histórias infantis

Copiei os moldes da Net e fiz os cachinhos enrolando do EVA em palito de churrasco e passando na chapinha... Assim nasceu minha Cachinhos de Ouro!

Na net não tinha o chapéu... O recurso é tentar...

Reutilizando caixas


Casinha feita com caixas de papelão para os alunos do jardim... Era só para as meninas...Quase o Clube da Luluzinha, mas os meninos também quiseram entrar e tivemos de aumentar a lotação de casas...


Trenzinho de caixas também... Os meninos querem levar as vacas para o rodeio...

Cestinha para o jardim


 Com litros que seriam descartados e EVA colorido fiz a cestinha para os pequenos...
O correto era ter feito tudo em branco, mas não achei mais EVA dessa cor, vai ver que todo mundo resolveu usá-lo...

segunda-feira, 16 de março de 2015

Questões do texto Negrinha - Monteiro Lobato

Informação:
autor
obra
editora
escola literária
Conteúdo
enredo da obra
tema
idéias secundárias
Estrutura
ambiente (lugar/ tempo)
personagens (aspectos físicos e psicológicos, protagonista, antagonista)
Linguagem
vocabulário, figuras de linguagem, funções...
Análises
análise de causa e efeito
ponto de vista do autor
observações gerais (narrador)
Conclusões
quanto ao enredo e expressão
valores
características da escola literária

1. Com base no conto Negrinha, de Monteiro Lobato, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Ao usar expressões como “Excelente senhora, a patroa” e “Ótima, a dona Inácia”, o narrador acentua o humanismo presente nas relações senhor/patrão versus escravo/empregado.
02) Apesar do tema relacionado ao infortúnio da escravidão no Brasil, o conto demonstra a existência – no final do século XIX – de patroas caridosas para com as meninas pobres, nascidas na senzala.
04) Valendo-se da metonímia como recurso de construção de sentido, o conto tematiza a piedade de dona Inácia por Negrinha, filha natural do seu marido com uma escrava.
*08) A concepção segundo a qual dona Inácia era um “esteio da religião e da moral” evidencia, de forma irônica, o papel interesseiro desempenhado pela igreja.
16) Dona Inácia judiava de Negrinha como forma de compensar suas frustrações, uma vez que se sentia aliviada após “uma boa roda de cocres bem fincados”.
32) Ao brincar com a boneca que pertencia à sobrinha de dona Inácia, Negrinha é pega em flagrante e é punida com “uma novena de relho porque disse: ‘Como é ruim, a sinhá!'”.
64) Conservando os hábitos ferozes do tempo da escravidão, Dona Inácia considera como simples “coisinha” o fato de ter uma “mucama assada ao forno porque se engraçou dela o senhor”. 

Negrinha - Monteiro Lobato 3º

 NEGRINHA (Monteiro Lobato)
 Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.
Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.
Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma - "dona de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral", dizia o reverendo.
Ótima, a dona Inácia.
 Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. Viúva sem filhos, não a calejara o choro da carne de sua carne, e por isso não suportava o choro da carne alheia. Assim, mal vagia, longe, na cozinha, a triste criança, gritava logo nervosa:
- Quem é a peste que está chorando aí?
Quem havia de ser? A pia de lavar pratos? O pilão? O forno? A mãe da criminosa abafava a boquinha da filha e afastava-se com ela para os fundos do quintal, torcendo-lhe em caminho beliscões de desespero.
 - Cale a boca, diabo!
No entanto, aquele choro nunca vinha sem razão. Fome quase sempre, ou frio, desses que entanguem pés e mãos e fazem-nos doer...
Assim cresceu Negrinha - magra, atrofiada, com os olhos eternamente assustados. órfã aos quatro anos, por ali ficou feito gato sem dono, levada a pontapés, Não compreendia a idéia dos grandes. Batiam-lhe sempre, por ação ou omissão. A mesma coisa, o mesmo ato, a mesma palavra provocava ora risadas, ora: castigos. Aprendeu a andar, mas quase não andava. Com pretextos de que às soltas reinaria no quintal, estragando as plantas, a boa senhora punha-a na sala, ao pé de si, num desvão da porta.
- Sentadinha aí, e bico, hein?
 Negrinha imobilizava-se no canto, horas e horas.
- Braços cruzados, já, diabo!
 Cruzava os bracinhos a tremer, sempre com o susto nos olhos. E o tempo corria. E o relógio batia uma, duas, três, quatro, cinco horas - um cuco tão engraçadinho! Era seu divertimento vê-lo abrir a janela e cantar as horas com a bocarra vermelha, arrufando as asas. Sorria-se então por dentro, feliz um instante.
Puseram-na depois a fazer croché, e as horas se lhe iam a espichar trancinhas sem fim.
Que idéia faria de si essa criança que nunca ouvira uma palavra de carinho? Pestinha, diabo, coruja, barata descascada, bruxa, pata-choca, pinto gorado, mosca-morta, sujeira, bisca, trapo, cachorrinha, coisa-ruim, lixo não tinha conta o número de apelidos com que a mimoseavam. Tempo houve em que foi a bubônica. A epidemia andava na berra, como a grande novidade, e Negrinha viu-se logo apelidada assim - por sinal que achou linda a palavra. Perceberam-no e suprimiram-na da lista. Estava escrito que não teria um gostinho só na vida - nem esse de personalizar a peste...
O corpo de Negrinha era tatuado de sinais, cicatrizes, vergões. Batiam nele os da casa todos os dias, houvesse ou não houvesse motivo. Sua pobre carne exercia para os cascudos, cocres e beliscões a mesma atração que o ímã exerce para o aço. Mãos em cujos nós de dedos comichasse um cocre, era mão que se descarregaria dos fluidos em sua cabeça. De passagem. Coisa de rir e ver a careta...
 A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo essa indecência de negro igual a branco e qualquer coisinha: a policia! "Qualquer coisinha": uma mucama assada ao forno porque se engraçou dela o senhor; uma novena de relho porque disse: “Como é ruim, a sinhá!”...
O 13 de Maio tirou-lhe das mãos o azorrague, mas não lhe tirou da alma a gana. Conservava Negrinha em casa como remédio para os frenesis. Inocente derivativo:
- Ai! Como alivia a gente uma boa roda de cocres bem fincados!...
Tinha de contentar-se com isso, judiaria miúda, os níqueis da crueldade. Cocres: mão fechada com raiva e nós de dedos que cantam no coco do paciente. Puxões de orelha: o torcido, de despegar a concha (bom! bom! bom! gostoso de dar) e o a duas mãos, o sacudido. A gama inteira dos beliscões: do miudinho, com a ponta da unha, à torcida do umbigo, equivalente ao puxão de orelha. A esfregadela: roda de tapas, cascudos, pontapés e safanões a uma - divertidíssimo! A vara de marmelo, flexível, cortante: para "doer fino" nada melhor!
Era pouco, mas antes isso do que nada. Lá de quando em quando vinha um castigo maior para desobstruir o fígado e matar as saudades do bom tempo. Foi assim com aquela história do ovo quente.
Não sabem! Ora! Uma criada nova furtara do prato de Negrinha coisa de rir - um pedacinho de carne que ela vinha guardando para o fim. A criança não sofreou a revolta - atirou-lhe um dos nomes com que a mimoseavam todos os dias.
-"Peste?" Espere aí! Você vai ver quem é peste - e foi contar o caso à patroa.
Dona Inácia estava azeda, necessitadíssima de derivativos. Sua cara iluminou-se.
- Eu curo ela!. - disse, e desentalando do trono as banhas foi para a cozinha, qual perua choca, a rufar as saias.
- Traga um ovo. Veio o ovo. Dona Inácia mesmo pô-lo na água a ferver; e de mãos à cinta, gozando-se na prelibação da tortura, ficou de pé uns minutos, à espera. Seus olhos contentes envolviam a mísera criança que, encolhidinha a um canto aguardava trêmula alguma coisa de nunca visto. Quando o ovo chegou a ponto, a boa senhora chamou:
- Venha cá!
Negrinha aproximou-se.
- Abra a boca!
Negrinha abriu a boca, como o cuco, e fechou os olhos. A patroa, então, com uma colher, tirou da água "pulando" o ovo e zás! na boca da pequena. E antes que o urro de dor saísse, suas mãos amordaçaram-na até que o ovo arrefecesse. Negrinha urrou surdamente, pelo nariz. Esperneou. Mas só. Nem os vizinhos chegaram a perceber aquilo. Depois:
- Diga nomes feios aos mais velhos outra vez, ouviu, peste?
E a virtuosa dama voltou contente da vida para o trono, a fim de receber o vigário que chegava.
- Ah, monsenhor! Não se pode ser boa nesta vida... Estou criando aquela pobre órfã, filha da Cesária - mas que trabalheira me dá!
- A caridade é a mais bela das virtudes cristãs, minha senhora murmurou o padre.
- Sim, mas cansa...
- Quem dá aos pobres empresta a Deus.
A boa senhora suspirou resignadamente.
- Inda é o que vale...
Certo dezembro vieram passar as férias com Santa Inácia duas sobrinhas suas, pequenotas, lindas meninas louras, ricas, nascidas e criadas em ninho de plumas.
Do seu canto na sala do trono, Negrinha viu-as irromperem pela casa como dois anjos do céu - alegres, pulando e rindo com a vivacidade de cachorrinhos novos. Negrinha olhou imediatamente para a senhora, certa de vê-la armada para desferir contra os anjos invasores o raio dum castigo tremendo.
Mas abriu a boca: a sinhá ría-se também... Quê? Pois não era crime brincar? Estaria tudo mudado - e findo o seu inferno - e aberto o céu? No enlevo da doce ilusão, Negrinha levantou-se e veio para a festa infantil, fascinada pela alegria dos anjos.
Mas a dura lição da desigualdade humana lhe chicoteou a alma. Beliscão no umbigo, e nos ouvidos, o som cruel de todos os dias: "já para o seu lugar, pestinha! Não se enxerga?"
Com lágrimas dolorosas, menos de dor física que de angústia moral sofrimento novo que se vinha acrescer aos já conhecidos - a triste criança encorujou-se no cantinho de sempre.
- Quem é, titia? - perguntou uma das meninas, curiosa.
- Quem há de ser? - disse a tia, num suspiro de vítima. - Uma caridade minha. Não me corrijo, vivo criando essas pobres de Deus... Uma órfa. Mas brinquem, filhinhas, a casa é grande, brinquem por aí afora.
- Brinquem! Brincar! Como seria bom brincar! - refletiu com suas lágrimas, no canto, a dolorosa martirzinha, que até ali só brincara em imaginação com o cuco.
Chegaram as malas e logo:
- Meus brinquedos! - reclamam as duas meninas.
Uma criada abriu-as e tirou os brinquedos.
Que maravilha! Um cavalo de pau!... Negrinha arregalava os olhos. Nunca imaginara coisa assim tão galante. Um cavalinho! E mais... Que é aquilo? Uma criancinha de cabelos amarelos... que falava "mamã"... que dormia...
Era de êxtase o olhar de Negrinha. Nunca vira uma boneca e nem sequer sabia o nome desse brinquedo. Mas compreendeu que era uma criança artificial.
- É feita?... - perguntou, extasiada.
E dominada pelo enlevo, num momento em que a senhora saiu da sala a providenciar sobre a arrumação das meninas, Negrinha esqueceu o beliscão, o ovo quente, tudo, e aproximou-se da criatura de louça. Olhou-a com assombrado encanto, sem jeito, sem ânimo de pegá-la.
As meninas admiraram-se daquilo.
- Nunca viu boneca?
- Boneca? - repetiu Negrinha. - Chama-se Boneca?
Riram-se as fidalgas de tanta ingenuidade.
- Como é boba - disseram. - E você como se chama?
 - Negrinha.
As meninas novamente torceram-se de riso; mas vendo que o êxtase da bobinha perdurava, disseram, apresentando-lhe a boneca:
- Pegue!
Negrinha olhou para os lados, ressabiada, com o coração aos pinotes. Que ventura, santo Deus! Seria possível? Depois pegou a boneca. E muito sem jeito, como quem pega o Senhor menino, sorria para ela e para as meninas, com assustados relanços de olhos para a porta. Fora de si, literalmente... era como se penetrara no céu e os anjos a rodeassem, e um filhinho de anjo lhe tivesse vindo adormecer ao colo. Tamanho foi o seu enlevo que não viu chegar a patroa, já de volta. Dona Inácia entreparou, feroz, e esteve uns instantes assim, apreciando a cena.
Mas era tal a alegria das hóspedes ante a surpresa extática de Negrinha, e tão grande a força irradiante da felicidade desta, que o seu duro coração afinal bambeou. E pela primeira vez na vida foi mulher. Apiedou-se.
Ao percebê-la na sala Negrinha havia tremido, passando-lhe num relance pela cabeça a imagem do ovo quente e hipóteses de castigos ainda piores. E incoercíveis lágrimas de pavor assomaram-lhe aos olhos.
Falhou tudo isso, porém. O que sobreveio foi a coisa mais inesperada do mundo - estas palavras, as primeiras que ela ouviu, doces, na vida:
- Vão todas brincar no jardim, e vá você também, mas veja lá, hein?
Negrinha ergueu os olhos para a patroa, olhos ainda de susto e terror. Mas não viu mais a fera antiga. Compreendeu vagamente e sorriu.
Se alguma vez a gratidão sorriu na vida, foi naquela surrada carinha...
Varia a pele, a condição, mas a alma da criança é a mesma - na princesinha e na mendiga. E para ambos é a boneca o supremo enlevo. Dá a natureza dois momentos divinos à vida da mulher: o momento da boneca - preparatório -, e o momento dos filhos - definitivo. Depois disso, está extinta a mulher.
Negrinha, coisa humana, percebeu nesse dia da boneca que tinha uma alma. Divina eclosão! Surpresa maravilhosa do mundo que trazia em si e que desabrochava, afinal, como fulgurante flor de luz. Sentiu-se elevada à altura de ente humano. Cessara de ser coisa - e doravante ser-lhe-ia impossível viver a vida de coisa. Se não era coisa! Se sentia! Se vibrava!
Assim foi - e essa consciência a matou.
Terminadas as férias, partiram as meninas levando consigo a boneca, e a casa voltou ao ramerrão habitual. Só não voltou a si Negrinha. Sentia-se outra, inteiramente transformada.
Dona Inácia, pensativa, já a não atazanava tanto, e na cozinha uma criada nova, boa de coração, amenizava-lhe a vida.
 Negrinha, não obstante, caíra numa tristeza infinita. Mal comia e perdera a expressão de susto que tinha nos olhos. Trazia-os agora nostálgicos, cismarentos.
Aquele dezembro de férias, luminosa rajada de céu trevas adentro do seu doloroso inferno, enverienara-a.
Brincara ao sol, no jardim. Brincara!... Acalentara, dias seguidos, a linda boneca loura, tão boa, tão quieta, a dizer mamã, a cerrar os olhos para dormir. Vivera realizando sonhos da imaginação. Desabrochara-se de alma.
Morreu na esteirinha rota, abandonada de todos, como um gato sem dono. Jamais, entretanto, ninguém morreu com maior beleza. O delírio rodeou-a de bonecas, todas louras, de olhos azuis. E de anjos... E bonecas e, anjos remoinhavam-lhe em torno, numa farândola do céu. Sentia-se agarrada por aquelas mãozinhas de louça - abraçada, rodopiada.
Veio a tontura; uma névoa envolveu tudo. E tudo regirou em seguida, confusamente, num disco. Ressoaram vozes apagadas, longe, e pela última vez o cuco lhe apareceu de boca aberta.
Mas, imóvel, sem rufar as asas.
Foi-se apagando. O vermelho da goela desmaiou...
E tudo se esvaiu em trevas.
Depois, vala comum. A terra papou com indiferença aquela carnezinha de terceira - uma miséria, trinta quilos mal pesados ...
E de Negrinha ficaram no mundo apenas duas impressões. Uma cômica, na memória das meninas ricas.
- "Lembras-te daquela bobinha da titia, que nunca vira boneca?" Outra de saudade, no nó dos dedos de dona Inácia.

- "Como era boa para um cocre!... "  

domingo, 1 de março de 2015

Dia internacional da mulher- produção textual



Muito bem...
Comemoramos o dia Internacional da Mulher no dia 8 de março.
Qual a sua opinião sobre essa comemoração?
Escreva um texto (se tem opinião pode ser dissertativo ou artigo de opinião) .