Desabafo a Gonçalves Dias em tempos de queimadas criminosas
Minha terra tem palmeiras
Onde sofre o sabiá
As aves que estão com ele
Já não têm onde pousar
Nosso céu tem mais fumaça
Nossas várzeas menos água
Nossos bosques têm mais fogo
Nossa vida tem mais mágoa
Em cismar, sozinha, à noite
Me preocupa o que virá
As palmeiras da minha terra
Estão ardendo sem parar
Minha terra tem senhores
Que se acham imortais
Eles cismam que são donos
De florestas e animais
Incendeiam minha terra
Pra ter pasto e ganhar mais
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu veja estes chacais
Sendo presos e pagando
Por seus crimes abissais
Sem que eu veja o Bem-Viver
Já aqui, sem tardar mais...
(Ir. Carla )
Disponível em https://www.instagram.com/olindaguedes/reel/C_3-KkhRmr9/?hl=nb
A poesia faz referência ao poema clássico "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias. Quais elementos do texto original são retomados e como são ressignificados pela autora?
Quais problemas socioculturais e ambientais contemporâneos são abordados na poesia? Cite trechos que evidenciam essas críticas.
O que o eu lírico expressa em relação ao futuro de sua terra? Analise os sentimentos e preocupações que emergem nos versos.
Identifique e explique o uso de pelo menos duas figuras de linguagem presentes no poema e como elas contribuem para a construção da crítica ambiental.
A última estrofe apresenta um tom de denúncia e desejo de justiça. Qual é o impacto dessa mudança de tom no desfecho do poema?
No último verso, a autora menciona o conceito de "Bem-Viver". O que ele representa neste contexto e como ele se contrapõe à realidade descrita na poesia?
Como as imagens de destruição da natureza (fumaça, fogo, falta de água) são associadas aos sentimentos de mágoa e preocupação do eu lírico?
Afinal, qual é a responsabilidade coletiva e individual na preservação ambiental?
Como a poesia reflete a crítica ao modelo de desenvolvimento baseado na destruição de florestas para lucro econômico? Explique.
De que forma a autora subverte a idealização da terra presente no Romantismo e a transforma em uma crítica à degradação ambiental contemporânea?
O poema original fala da saudade da pátria, enquanto o poema de Ir. Carla sugere uma espécie de "exílio emocional", uma separação da natureza e do bem-estar devido à destruição ambiental. Como acontece esse “novo exílio”?
De que maneira a arte (poesia, música, literatura) pode ser uma ferramenta poderosa para o ativismo e a conscientização social e ambiental? Justifique.
Qual é o papel do cidadão na luta contra crimes ambientais? Como podemos contribuir para mudanças reais?
Justifique o título do texto e aproveite para sugerir outro.
Busque ou desenhe uma imagem que possa fazer referência ao poema lido.
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