Como atraídas por uma fonte d'água fresca, as pessoas se reuniam . Pais com os filhos pela mão, homens solitários, casais, grupos de amigos, torcidas organizadas. Formavam duas grandes massas humanas opostas pela cor dos uniformes: branco e preto e branco e verde. Vinham em busca de emoção, de uma vitória que apagasse talvez as lembranças das derrotas da vida, enfim, queriam alegria, divertimento e muita emoção. assim, num ritmo constante, o estádio se encheu de gente com uniformes e bandeiras.
Lá dentro cada torcedor Uma de uma maneira diferente: uns com o rádio colado ao ouvido, B sobre as equipes; outros cantavam e C bandeiras; e havia ainda quem calmamente esperasse o início do jogo conversando.
No vestiário, os jogadores se preparavam, podiam fazer tumulto da torcida.
Deitado sobre a mesa, Bruno Mendes era massageado. O zagueiro gostava de relaxar antes do aquecimento; outros, como os antigos guerreiros, brincavam, enquanto enfaixavam os pés e os tornozelos para protegê-los das pancadas dos adversários. O técnico Carlão circulava observando tudo e lançando comentários: "Hoje é teu dia, garotão. Pela esquerda sempre. Nas costas do Boca, tá, Cláudio. Vamos acabar com eles".
Cada qual vestiu o calção e a camiseta com o número e o nome e calçou a chuteira de estimação. "Pessoal, vamos pro aquecimento", ordenou o técnico. e todos se movimentaram para um espaço onde, depois de ativar os músculos, passaram a brincar com bolas.
Minutos antes da entrada em campo, os jogadores do Corinthians se reuniram diante do altar de Nossa Senhora Aparecida e de um São Jorge a cavalo e em coro rezaram o pai-nosso e a ave-maria. O técnico Carlão pediu que ninguém se machucasse e que vencessem. A santa deve ter ficado em dúvida porque no mesmo instante, no vestiário do Palmeiras, os onze jogadores e o técnico pediam também a mesma coisa. Com qual dos times ficou o apoio de Nossa Senhora?
Nesse domingo, às quatro horas, de diversos vestiários do país subiam carregadas de pedidos de vitória para Nossa Senhora Aparecida. Muitos jogadores, técnicos e dirigentes apelavam para a Padroeira do Brasil. / quanto trabalho para a santa.
Cloder Rivas Martos. Mataram nosso zagueiro , pág. 19-20)
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